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14
set
2016

Brasil ratifica acordo que prevê a restauração de 12 milhões de hectares até 2030

Assuntos: Áreas Protegidas
Autor: Tânia Martins
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clima

O governo brasileiro ratificou nesta segunda-feira (12), em Brasília, a contribuição do país para o Acordo de Paris, apresentada em setembro do ano passado pela então presidente Dilma Rousseff. Entre as principais medidas brasileiras para atingir a meta de reduzir em 43% suas emissões de gases de efeito estufa até 2030 está a restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares, o que equivale a metade da área total do estado de São Paulo.IMG_4336

Para Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, o Acordo de Paris trouxe como avanço o fato de os próprios países apresentarem suas contribuições, o que aumenta as chances de que sejam cumpridas. “A meta de 12 milhões de hectares é pouco ousada, se levarmos em conta a degradação ambiental já ocorrida no país, mas é realista e pode trazer uma contribuição efetiva se somada à mudança na matriz energética e ao combate ao desmatamento”, afirma Mantovani, que coloca entre os principais desafios a questão dos custos. “É uma discussão que a sociedade vai ter que fazer”.

O secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, que discursou representando a sociedade civil, destacou que o Brasil torna-se uma das primeiras grandes economias a ratificar o Acordo do Clima de Paris, porém, o país ainda precisa rever diversas posturas nocivas ao equilíbrio climático. “Ainda planejamos novas termelétricas a carvão, enquanto outros países fecham as suas; ainda apostamos alto no petróleo, enquanto o mundo já se deu conta que a maior parte das reservas de combustíveis fósseis ficará no subsolo do planeta; falamos em flexibilizar o licenciamento ambiental, enquanto outros países ampliam a regulação de atividades poluentes; queremos reduzir a proteção dos nossos parques e reservas, enquanto que as unidades de conservação são conhecidamente nosso porto seguro contra um clima cada vez mais hostil. Há muito o que avançar”, declarou.

Com apenas 12,5% da vegetação original, a Mata Atlântica é o bioma que deve ser mais beneficiado por esta meta de restauração. Desde 2000, os projetos da SOS Mata Atlântica de restauração florestal já foram responsáveis pelo plantio de mais de 36 milhões mudas, o que ocuparia uma área de 21.228 hectares, tamanho equivalente à cidade de Recife.



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