A Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) assinou a Carta Aberta às autoridades municipais, estaduais e federais de meio ambiente, cobrando a efetiva implementação do Parque Municipal do Tabuleiro como Unidade de Conservação. A RMA convoca todas as organizações filiadas à RMA e a sociedade civil a se somarem a essa luta urgente em defesa da Mata Atlântica e da qualidade de vida das populações locais.

O que está em jogo?

Criado pela Lei Municipal nº 1.067/2006, o Parque Municipal do Tabuleiro possui 3,2 hectares de Mata Atlântica primária, sendo um dos últimos fragmentos florestais urbanos de Matinhos (PR). A área, no entanto, segue sem regulamentação e plano de manejo, o que a torna extremamente vulnerável.

Atualmente, o parque está ameaçado pela especulação imobiliária: há propostas de desmatamento da área para a construção de grandes empreendimentos privados, o que significaria a destruição de um patrimônio natural único.

Importância ecológica e social

* Biodiversidade: o Tabuleiro abriga ao menos 88 espécies de aves, 12 espécies de mamíferos e árvores ameaçadas de extinção, como a Caixeta (Tabebuia cassinoides).
* Serviços ecossistêmicos: regula o clima, reduz a temperatura em até 3°C, previne enchentes, contribui para o sequestro de carbono e oferece bem-estar à comunidade.
* Trampolim ecológico: conecta-se a outros fragmentos de floresta e ao Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, favorecendo a circulação da fauna e a manutenção da biodiversidade.
* Espaço público: pode se tornar referência em educação ambiental, turismo sustentável e lazer comunitário, a exemplo de outros parques urbanos do Paraná.

Fundamentos legais e compromissos internacionais

A proteção do Tabuleiro se apoia em legislações como a Lei da Mata Atlântica (11.428/2006) e o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei 9.985/2000). Além disso, reforça compromissos assumidos pelo Brasil na **COP30, em Belém, que prevê a ampliação das áreas protegidas até 2030.

Convocação da RMA

A RMA reforça que o Parque Municipal do Tabuleiro não é apenas um pedaço de floresta urbana, mas um símbolo de resiliência ecológica e cultural. Sua proteção significa garantir qualidade de vida para as presentes e futuras gerações.

A carta solicita que as autoridades:

* Estruturem imediatamente o parque, com trilhas, centro de visitantes e guarda-parques;
* Protejam a área de pressões imobiliárias;
* Alinhem o Tabuleiro a políticas de turismo sustentável, educação ambiental e empregos verdes.

Como participar?

A RMA convoca todas as organizações filiadas, movimentos sociais e cidadãos a assinarem e compartilharem a carta, fortalecendo a luta pela preservação do Parque Municipal do Tabuleiro. “O parque não é um terreno a ser negociado; é uma sentinela da biodiversidade, uma aula de resiliência a céu aberto e nosso maior orgulho. Permitir sua destruição será um erro histórico irreparável.” – destaca o documento.