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Ações na Mata Atlântica busca diminuir ameaças as onça-pintada, hoje em extinção

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A onça-pintada (Panthera onca), um mamífero que pode atingir até 2,41 metros e pesar 158 quilos, está ameaçada de desaparecer da Mata Atlântica devido à caça predatória e à perda e degradação de seu habitat. Existem no bioma, entre o Espírito Santo e o rio Iguaçu, no Sul do Brasil, menos de 200 animais, fato que motivou a aprovação do Plano de Ação Nacional para Conservação da Onça-pintada, o PAN Onça-pintada, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conforme a Portaria nº 63/2014.

Para viabilizar essas ações emergenciais, a ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, determinou a criação de uma força tarefa com o objetivo de evitar a extinção do felino. O trabalho de coibir a caça à Panthera onca e reduzir a vulnerabilidade do animal será coordenado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a colaboração do ICMBio, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

Atualmente, as pequenas populações da onça-pintada, na Mata Atlântica, encontram-se encurraladas e isoladas em pequenas áreas, o que impede sua migração de um local para outro trecho de floresta, sem risco de abate e atropelamento. O PAN Onça-pintada, com prazo de vigência até junho de 2017 e monitoramento anual dos resultados, prevê a realização de estudos para reintrodução de onça no bioma e tentativa de reprodução em cativeiro, processo que envolverá uma série de instituições governamentais, de pesquisa e ONG, sob a coordenação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap).

EQUILÍBRIO

Considerado o maior felino das Américas e o único representante atual do gênero Panthera no continente, a onça-pintada é, também, o maior predador das Américas, controla toda a cadeia alimentar e o equilíbrio ecológico dos ambientes onde ocorre. “Se for extinta, as consequências danosas para o homem e o meio ambiente serão incalculáveis”, alerta o responsável pela Coordenação Geral de Manejo para Conservação do ICMBio, Ugo Vercillo.

PRINCIPAIS AMEAÇAS

A Mata Atlântica está localizada em regiões densamente povoadas, o que vem provocando, ao longo dos anos, a degradação da maior parte da sua floresta nativa. A vegetação remanescente é, hoje, conservada em pequenos fragmentos, principalmente no interior de unidades de conservação. A perda e a degradação do hábitat é uma das ameaças mais sérias enfrentadas pela espécie, influenciando negativamente na qualidade e capacidade de suporte do ambiente.

A destruição da vegetação impede a reprodução de outros animais, que servem de alimentos para a onça-pintada. Além dos problemas relacionados aos habitats, a onça costuma ser perseguida pelo homem, porque ameaça as criações domésticas.

OCORRÊNCIA

De hábitos predominantemente noturnos, essa espécie de onça também é encontrada na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal e, ainda, do sul dos Estados Unidos ao centro-oeste da América do Sul (Colômbia e Equador), Peru e Bolívia (leste dos Andes), por todo o Paraguai e no norte da Argentina. Seu alimento preferido são os porcos-do-mato (queixadas e catetos), antas e capivaras.

Na Mata Atlântica, as onças-pintadas estão, praticamente, restritas às unidades de conservação, sendo que a área de ocupação é 30.382 quilômetros quadrados. Trata-se de um animal solitário, sendo que a interação entre machos e fêmeas ocorre apenas durante o acasalamento. A gestação varia de 90 a 100 dias, podendo nascer até quatro filhotes, mas a média é de dois filhotes por gestação.

(Ministério do Meio Ambiente)

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