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Casa da Mata Atlântica encerra programação com debates sobre clima, eleições e biodiversidade e participa da Marcha Global pelo Clima neste sábado (15)

Iniciativa da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) reforça a urgência de proteger o bioma mais ameaçado do país e finaliza quatro dias de atividades com a marcha.

A Casa da Mata Atlântica encerra sua participação na COP30 neste sábado (15) durante a Marcha Global pelo Clima, realizada das 8h às 11h, com concentração no Mercado de São Brás à Aldeia Cabana, na Pedreira, em Belém (PA).

A mobilização integra ações internacionais pela defesa do clima e reúne movimentos sociais, pesquisadores, organizações civis e cidadãos em defesa da justiça socioambiental.

O espaço fecha sua programação das 15h às 16h com uma Mostra de Filmes, reforçando o papel da arte e da cultura na sensibilização para a crise climática e a proteção dos biomas brasileiros.

 

 

Clima, memória da floresta e eleições de 2026

A sexta-feira (14) foi marcada por debates estratégicos. A mesa “Mata Atlântica e mudanças climáticas no contexto das eleições 2026” discutiu como a crise climática deve orientar decisões governamentais e influenciar o processo eleitoral.

Malu Ribeiro, diretora de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, destacou que é preciso superar a agenda de retrocessos no Congresso e fortalecer escolhas políticas comprometidas com a democracia e o meio ambiente.

O deputado estadual Marquito (Psol/SC) afirmou que a população já reconhece a importância da agenda climática e que o desafio é transformar esse entendimento em votos para parlamentares comprometidos com a proteção ambiental.

Outra mesa reuniu especialistas para tratar da vulnerabilidade ambiental e dos impactos das mudanças climáticas sobre áreas protegidas e a biodiversidade.

Bráulio Dias, diretor do Departamento de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade (Sbio/MMA), enfatizou que a principal contribuição do Brasil para o clima é ampliar a conservação e a restauração ambiental e defendeu o uso de argumentos econômicos — como a importância das UCs para a segurança hídrica — diante da resistência de setores políticos e econômicos à expansão das unidades.

Iara Vasco, diretora do ICMBio, apresentou números atualizados: o país possui 344 Unidades de Conservação federais e mais de 800 RPPNs, sendo 91 UCs e cerca de 400 RPPNs na Mata Atlântica. Segundo ela, novos processos de criação seguem em andamento.

Durante o evento, foi anunciada e certificada a RPPN Corredor Jennifer Mickelberg, da Associação Mico-Leão-Dourado — cerca de 100 hectares em Silva Jardim (RJ), área que conecta os dois maiores blocos de floresta remanescente da região dos micos-leões-dourados. “Vamos continuar nesse esforço de restaurar a floresta”, afirmou Luís Ferraz, secretário-executivo da AMLD, que faz parte da RMA.

A programação também incluiu o painel “De Sevilha a Belém: justiça climática e cidades sustentáveis para a América Latina”, que abordou desinformação e negacionismo climático; a roda de conversa “Vozes da Floresta – Chico Mendes Vive”, conduzida pela atriz e ambientalista Lucélia Santos; e a palestra da jornalista Cristina Serra sobre licenciamento ambiental e impactos da mineração, acompanhada do lançamento do livro Cidade Rachada.

Quatro dias da Casa na COP30

Lançada oficialmente no dia 12, a Casa da Mata Atlântica marcou presença na COP30 com um forte chamado à ação pela proteção do bioma mais ameaçado do país. Foi entregue ao Ministério do Meio Ambiente a Carta da Mata Atlântica na COP30, documento que reúne propostas urgentes para enfrentar a crise ambiental.

Promovida pela Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) e realizada no auditório David Mufarrej da Unama, no Umarizal, a iniciativa reuniu debates, arte, cinema, ciência e mobilização política sobre temas como água, florestas, cidades, restauração ecológica e transição energética.

A programação destacou a gravidade da situação da Mata Atlântica — bioma que já perdeu quase 70% de sua vegetação original, abriga 72% da população brasileira e responde por 80% do PIB nacional.

Para a coordenadora-geral da RMA, Tânia Martins, ao reunir ciência, cultura e incidência política, a Casa da Mata Atlântica consolidou-se como um espaço estratégico na COP30, reforçando a necessidade de que a agenda ambiental ocupe lugar central nas decisões do país — especialmente às vésperas das eleições de 2026.

 

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