De sua existência depende o funcionamento dos ecossistemas dos manguezais e toda sua rica fauna associada, como os sururus, ostras e peixes. O caranguejo guaiamum, conhecido pela beleza da carapaça azulada, faz uma espécie de aeração do solo, ajudando na fixação das árvores e na incorporação de matéria-orgânica no solo, que serve de alimento para outros animais. Sem ele, os manguezais entram em colapso.
Por essa importância, ambientalistas da região litorânea do Espírito Santo se uniram ainda no ano de 2000 e fundaram a ONG “Grupo de Desenvolvimento humano e ambiental Instituto Goiamum”, que quer colaborar com a preservação do caranguejo mas acima de tudo com a conservação dos ecossistemas da Mata Atlântica e o combate à desigualdade social.
Um bom exemplo é a participação na portaria do defeso do caranguejo, que acontece anualmente quando machos e fêmeas saem de suas tocas e andam pelos manguezais para o acasalamento, tornando-se presas fáceis. Conhecido pelos pescadores como período de “andada”, o defeso vem impedindo a diminuição das populações da espécie.
Para além das proibições, é necessário trabalhar ao lado das comunidades locais, para que encontrem alternativas econômicas e sensibilizem novas pessoas para a proteção de seu ambiente. “O Instituto Goiamum atua assim com os catadores de caranguejo, ribeirinhos e pescadores artesanais, pois acredita que sua auto-organização, aliada à educação ambiental, é uma importante forma de gestão dos recursos naturais”, coloca Iberê Sassi, coordenador da ONG.
A entidade também lutou pela inclusão do Plano de Ação Nacional Manguezal, de 2012, da preservação dos manguezais do norte do Espírito Santo. E é uma espécie de guardiã desses ecossistemas no Estado, a exemplo do criativo projeto Apicultura no Mangue, desenvolvido com a comunidade local de Concha D´Ostra, em Guarapari, que refletiu na criação da Associação dos Pescadores, Marisqueiros e Caranguejeiros de Concha D´Oeste (ASPEMAC).
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