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Crise hídrica inspira campanha sobre pouca água e muito desmatamento!

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O ano de 2014 é um marco na história do abastecimento de água no Estado de São Paulo, pois revela a dimensão da crise hídrica e do cenário de incerteza crescente para os próximos anos, com o aumento do ciclo de estiagem. O sistema Cantareira, que abastece a maior parte da população da metrópole atingiu o menor nível de todos os tempos, com 3,5% de sua capacidade, incluindo o uso do volume morto do sistema. Outro dado, menos debatido pela sociedade, é que a região da Cantareira perdeu mais de 70% de suas matas nas duas últimas décadas.

Qual a relação entre o desmatamento das florestas e os problemas hídricos atuais? A resposta vem do próprio caso de São Paulo, ou seja, a perda de florestas nas regiões que abastecem o sistema é a principal causa da falta de água atual. E este cenário já vem se estendendo para a região Sudeste como um todo. A vegetação, principalmente em áreas de mata ciliar acarreta em assoreamento, coma diminuição do leito dos rios, até o desaparecimento de um manancial devido à falta de proteção do solo.

Pensando nisso, a Rede de ONGs da Mata Atlântica lançou a campanha em defesa da água e da floresta no Dia Mundial da Água, em 22 de março, como alerta para o agravamento do desmatamento da Mata Atlântica – bioma que possui somente 7% de remanescentes originais. A relação entre a Mata Atlântica e preservação da água foi reforçada, até porque a crise hídrica afeta diretamente cerca de 30 milhões de pessoas nas regiões metropolitanas, que vivem no domínio deste bioma.

O objetivo foi convocar a população a se envolver e somar esforços em defesa da água e da floresta como questão de sobrevivência dos seres vivos como um todo. A campanha publicitária divulgada nas redes sociais mostrou que o cuidado com a água é permanente, dependendo de ações que mantenham as florestas com qualidade, assim como os ciclos hidrológicos originados dessa interação.

Como boa notícia, a mobilização para proteção dos recursos hídricos é crescente e no Estado de São Paulo, já há diferentes iniciativas de participação em ações e políticas públicas para a gestão da água. A Aliança pela Água, por exemplo, une mais de 30 movimentos e coletivos da sociedade civil em torno do princípio de que a água é um direito humano e que não pode ser tratada como mercadoria, assim como a necessidade do planejamento considerar a recuperação dos mananciais.

Há ainda a campanha do WWF Brasil para criação de uma política nacional voltada à proteção das nascentes (leia a petição em http://www.wwf.org.br/participe/horadoplaneta/peticao_agua/), o lançamento de novos dados sobre o monitoramento da água feito pela SOS Mata Atlântica, e iniciativas como o Bora Plantar ou a ferramenta Cadê a água, lançada pelo Instituto Socioambiental (http://util.socioambiental.org/deondevem/#faltou-agua).

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