São grandes as expectativas para a 30° Conferência das Partes sobre o Clima (COP-30), que acontecerá em Belém-PA a partir do dia 30 de novembro de 2025, onde se reunirão lideranças mundiais que irão debater soluções para conter a crise climática e criar alternativas sustentáveis para a vida no planeta.
Na noite de 24/10/2024, a Rede de Ongs da Mata Atlântica-RMA, reuniu dois dos renomados ambientalistas brasileiros, Marcio Astrini, Secretário-Executivo do Observatório do Clima e Rubens Born, pesquisador, especialista em sustentabilidade ambiental e desenvolvimento social, cidadania, direito e governança global e local, para uma live sobre o que se pode esperar e como podemos atuar nesse grande evento planetário sobre o clima.
Para os representantes das organizações filiadas a RMA foi um momento importante para entender qual o papel do Brasil, como líder da Conferência, em relação aos acordos internacionais sobre mudanças climáticas. Neste sentido, nos lembrou Rubens Born, de que mesmo o Brasil tendo um plano de ação para mitigação e adaptação às Mudanças climáticas potente, terá que diplomaticamente não confrontar com membros da OPEP e está prestes a liberar a exploração de petróleo na margem equatorial, no Litoral Norte do País.
Márcio Astrini fez um apanhado sobre as COP e foi bastante enfático sobre a importância das incidências da sociedade civil, durante o evento, para que as propostas coletivas nacionais avancem e ganhem força nas reuniões diplomáticas que vão acontecer. Segundo ele, precisamos impor as mudanças que são necessárias e urgentes serem feitas na engenharia humana, por exemplo, exigindo criar cidades resilientes e não relaxar no trabalho de conscientização e monitoramento dos interesses coletivos. Mas ressalta que o evento vai debater os acordos internacionais e que a COP-30, para nossa agenda nacional, serve para alertar e visibilizar nossas questões internas.
Sobre os interesses da Rede Mata Atlântica, os palestrantes reforçaram a necessidade do conjunto de ONG que compõem a RMA, que historicamente defendem, protegem e cuidam do Bioma Mata Atlântica, drasticamente destruído ao longo dos séculos de colonização, para que façam todo esforço possível em levar propostas e incidências para a COP-30, devemos construir uma agenda, reforçando a necessidade dos Planos Municipais da Mata Atlântica com Lente Climática, por exemplo, como possibilidades de enfrentamento ao Aquecimento Global.
Segundo lembrou Astrini, vivemos um momento político complexo, uma sociedade com muita diferença social, que dificulta trazer a pauta de que teremos problemas com fome e falta de água, considerando que temos uma porcentagem imensa de famintos e sem assistência de saneamento nos nossos dias atuais, e, não é unanimidade no governo brasileiro o apoio aos planos de mitigação do clima propostos pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática-MMAMC, e muito menos no parlamento, onde a maioria dos deputados e senadores negam a existência dos efeitos da mudança do clima.
Disponibilizamos a publicação da Fundação Rede Brasil Sustentável (As negociações multilaterais sobre mudanças do clima) para entender o que são a Convenção Quadro, o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris.
Tânia Martins e Beto Francine
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