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18
maio
2015

Patrimônio ambiental de Serra Vermelha, no Piauí, depende de seu apoio para proteção!

Autor: Heloisa Bio
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Serra Vermelha carvoarias

Marcada pelo encontro de diferentes tipos de vegetação da Mata Atlântica, Cerrado e de savanas estépicas da Caatinga, a região da Serra Vermelha, no sul do Piauí, evoluiu como uma área de tensão ecológica, chamada ecótono, com uma rara diversidade biológica. Segundo estudo da Universidade de São Paulo (USP), existe ali o maior número de aves do Nordeste, confirmando ainda mais a necessidade de criação de uma Unidade de Conservação para resguardar tal patrimônio.

Mas no passado, a criação do Parque Nacional Serra das Confusões, ao norte, acabou por não incluir a área da Serra Vermelha, que já vinha sendo desmatada e era disputada pela empresa JB Carbon para fabricação de carvão vegetal. Em 2008, o governo do Estado propôs a ampliação do Parque mas, novamente, não considerou a área, levando o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio) a recomendarem, em 2009, a criação do Parque Nacional Serra Vermelha, com 114 mil hectares. Ele seria criado em territórios dos municípios de Curimatá, Morro Cabeça no Tempo, Bom Jesus, Redenção e Gurguéia, no Piauí.

O histórico de proteção da região é frágil, conforme a terra pública vem sendo negociada para a exploração de madeireiros e grileiros. Em 2007, porém, o Diretor de Florestas do Ibama determinou a suspensão do projeto de carvão da empresa JB Carbon, e em 2011, o Ministério Público Federal entrou com Ação Civil Pública para transformar a área em Unidade de Conservação, a fim de proteger a floresta que permanecia nas mãos de especuladores e grileiros.

O processo para abertura de um procedimento administrativo para a criação do Parque está em trâmite no Governo Federal desde então, fazendo com que a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) defenda a retomada das negociações visando a criação da Unidade de Conservação na Serra Vermelha.

O coletivo de ONGs do bioma lança no Dia da Mata Atlântica uma campanha on line para pressionar o governo estadual, MMA, Casa Civil e Presidência da República para, finalmente, criarem a nova unidade de Conservação e resguardar os atributos de biodiversidade, cênicos e arqueológicos da região.

“Apesar da suspensão do projeto em 2007, com o fechamento da carvoaria, pequenas áreas passaram a se arrendadas e surgiram carvoarias menores. Também é possível observar caminhões transportando carvão, tornando a necessidade da proteção legal – na forma da criação de uma nova área protegida – uma emergência”, declara Tânia Martins, coordenadora da Rede Ambiental do Piauí (REAPI).


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