A recente revelação de sete novas espécies de sapinhos-da-montanha descobertas pela ciência entre as florestas da Serra do Mar do Paraná e de Santa Catarina mereceu duas homenagens. Uma delas foi batizada de Brachycephalus mariaeterezae, em homenagem à conservacionista brasileira Maria Tereza Jorge Pádua. Já a Brachycephalus boticario recebeu este nome em reconhecimento ao trabalho da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que patrocinou este projeto e outros ao longo de 25 anos.
Para o Mater Natura, responsável pela execução do projeto no campo, a parceria com a Fundação Grupo Boticário é emblemática do caminho que permite consolidar ações efetivas de conservação. Programas e projetos inéditos como o de controle do capim exótico invasor braquiária-d´água para conservar os ambientes de vida do bicudinho-do-brejo, uma ave ameaçada de extinção descoberta por associados do Instituto, ou a análise da vulnerabilidade das aves estuarinas às mudanças climáticas, são exemplos dessa parceria.
“Esse tipo de atuação conjunta permite avançar no conhecimento da Floresta Ombrófila Densa, sempre unindo a conservação da diversidade biológica com a melhoria da qualidade de vida”, reforça Paulo Pizzi, presidente do Mater Natura. Em todo o Brasil, a Fundação Grupo Boticário já apoiou, até o momento, 1.436 projetos de 482 instituições, focados na proteção de áreas naturais e no estudo e conservação de espécies da flora e da fauna, além de manter a Reserva Nacional de Salto Morato, na Mata Atlântica, e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado.
Com o projeto de estudo dos anfíbios nas montanhas da Serra do Mar, a perspectiva de mais novidades nos próximos anos é grande, conforme o Mater Natura renovou contrato com a Fundação para continuidade das investigações sobre os anfíbios em 2015 e 2016. Com 32 anos de existência, a ONG já foi responsável por projetos que levaram à descoberta e/ou à descrição de 26 novas espécies de aves e anfíbios no bioma. Ao longo de sua história já desenvolveu 71 projetos em parceria com mais de 100 instituições públicas e privadas.
Um panorama dessas descobertas é chave para noticiar o valor do trabalho de pesquisa, com espécies sempre endêmicas e ameaçadas de extinção:
– Bicudinho-do-brejo (Formicivora acutirostris), em 1995, por Marcos R. Bornschein e Bianca L. Reinert.
– Macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis), em 1998, por Marcos R. Bornschein e Bianca L. Reinert.
– Sapinho-da-montanha (Brachycephalus pernix), em 1998, por Marcos R. Bornschein.
– Sapinho-da-montanha (Brachycephalus brunneus), em 2005, por Luiz Fernando Ribeiro.
– Sapinho-da-montanha (Brachycephalus izecksohni), em 2005, por Luiz Fernando Ribeiro.
– Sapinho-da-montanha (Brachycephalus ferruginus), em 2006, por Luiz Fernando Ribeiro.
– Sapinho-da-montanha (Brachycephalus pombali), em 2006, por Luiz Fernando Ribeiro.
-Tapaculo-da-chapada-diamantina (Scytalopus diamantinensis), em 2007, por Marcos R. Bornschein e Ricardo Belmonte-Lopes.
– Sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus alipioi), em 2008, por Marcos R. Bornschein e Magno V. Segalla.
– Macuquinho-preto-baiano (Scytalopus gonzagai), em 2014, por Marcos R. Bornschein e Ricardo Belmonte-Lopes.
– Bicudinho-do-brejo-paulista (Formicivora paludicola), em 2014, por Bianca L. Reinert, Ricardo Belmonte-Lopes e Marcos R. Bornschein.
– e as 15 novas espécies de aníbios anuros do gênero Melanophryniscus e Brachycephalus, entre 2011 e 2014, por Marcos R. Bornschein, Luiz Fernando Ribeiro e Marcio R. Pie .
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