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21
ago
2015

Grupo Ação Ecológica luta para resguardar remanescentes de restinga em meio a obras olímpicas

Autor: Heloisa Bio
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APA Marapendi

APA de Marapendi – fotos de Gustavo Pedro de Paulo

Em meados de agosto deste ano, voluntários do Grupo Ação Ecológica (GAE) do Rio de Janeiro realizaram mais uma vistoria técnica no Parque Municipal Nelson Mandela, na antiga Área de Proteção Ambiental (APA) de Marapendi, para acompanhar a implantação de uma estrutura de visitação no parque.

Com atributos raros e protegidos pela legislação, como a Lei da Mata Atlântica e a Lei Orgânica do município, a área constitui um dos últimos remanescentes de restinga da capital fluminense, com sítios de relevante interesse paisagístico e ambiental, segundo o Plano Diretor, e onde ainda se observam espécies ameaçadas como o sabiá-da-praia e a borboleta-da-praia.

“Mas hoje essa região preservada está sob impacto das obras de construção do chamado Campo de Golfe Olímpico, mais uma megaconstrução esportiva cujo processo de aprovação está em questão, incluindo uma Ação Civil Pública pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, em andamento. Segundo o atual prefeito, Eduardo Paes, esta área da Barra da Tijuca será o segundo “Parque do Flamengo” cariosa, o que é incompatível com a presença de uma restinga preservada”, descreve Gustavo Pedro de Paulo, fotógrafo de natureza e membro do GAE.

APA Marapendi 2

De fato, os protestos de manifestantes se tornaram crescentes conforme o empreendimento passou a ser questionado judicialmente. Ainda em 2013, o Conselho Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, emitiu uma indicação para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente em que solicitava: a revisão da avaliação ambiental no trecho de vegetação de restinga arbórea, a necessidade de estudos técnicos para ampliação do Parque Natural Municipal de Marapendi e a integração do Parque Natural Municipal da Barra da Tijuca a este, considerando a necessidade de corredores verdes na área.

Segundo Gustavo, a instalação da obra está incompatível com a Lei da Mata Atlântica, compromete a finalidade de Unidades de Conservação e contraria seu zoneamento ambiental, podendo ocasionar a perde de características ambientais e mesmo impedir a regeneração dos ecossistemas locais. “O processo de licenciamento também ocorreu com dispensa de EIA/RIMA de empreendimento do porte de campo de golfe em Zona de Conservação da Vida Silvestre da APA Marapendi”, reforça.

Ele credita que os técnicos da SMAC (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) certamente pedirão a adequação do projeto que inicialmente foi elaborado pela Secretaria de Urbanismo desconsiderando os atributos ambientais.

O GAE permanece em vigilância constante para defesa desse patrimônio e conta com o apoio de pessoas que queiram se comprometer com a conservação dos remanescentes de Mata Atlântica, podendo escrever para: gpedro.depaula@gmail.com

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